Chegamos à edição 1.237 trazendo a boa fórmula “jazzmasteriana”, com a mistura de soul e R&B contemporâneo com vocais para lá de expressivos e produções refinadas.
O primeiro set vem com bons exemplos e a jornada começa com o single de Pat Van Dyke com os sons instrumentais mostrando o talento de baterista e produtor para mesclar gêneros em seu estúdio em New Jersey. ‘Be With Me’ apresenta as vozes talentosas de Jeff Taylor e Ansley Stewart, que dão aquela aura das grandes duplas dos anos 70.
O duo inglês MRCY formado pelo produtor Barney Lister e o vocalista Kojo Degraft-Johnson nos mantém no Soul. The Mighty Tiny & The Many Few com ‘Young World’ é um Funk contagiante com uma banda de 15 integrantes vindos dos EUA, Europa e Jamaica. Contagiante.
Aaron Childs vem de Los Angeles fazendo seu R&B mais contemporâneo, descolado e mostrando que aprendeu muito com seu pai pianista nos clubes de jazz, embora a guitarra tenha sido sua escolha. Na sequência um Soul clássico, um grande destaque dessa programação, a jovem Thee Sacred Souls vem com a faixa – ‘Live For You’ do álbum Got A Story To Tell. A faixa é um destaque, com uma produção vintage bem executada por Gabriel Roth da Daptone. E para encerrar com aquele groove característico do Jazzmasters vem Liquid Spirits do trio Wiboud Burkens nos teclados, Manuel Hugas no baixo e Ivan Peroti nos vocais e letras.
Nossa jornada não para e o segundo set, vem cheio de influências dos anos 60/70, seguindo a trilha construída no primeiro set, agora mais “funky”. E para começar um grande destaque para esse jovem multiinstrumentista, nascido e criado ao norte de Londres. A infância de Gene Dudley foi impregnada de uma rica herança musical. Vindo de uma família que apreciava diversos gêneros, o jovem Gene se viu cercado por uma variedade eclética de sons, do funk e soul à música de big band do passado. Sua paixão pelo vinil começou durante a adolescência, quando ele descobriu a alegria de colecionar discos — uma experiência que não apenas enriqueceu seu conhecimento musical, mas também alimentou seu sonho de criar sua própria música.
Em 2013, ele lançou seu primeiro álbum, Saturday Shifting. Este momento crucial não foi apenas sobre criar música; foi sobre prensar essas faixas em vinil, continuando a tradição de música que os colecionadores prezam. Zambidoose chegou em 2015 mas cheio de colaborações e uma delas abre o segundo set com a parceria de E. do duo Myron & E. Estamos aqui à espera de mais trabalhos.
Logo depois Adam Gibbons ou Lack of Afro vem com ´All Night´ do álbum Square One, onde ele faz uma analogia com sua retomada pessoal, após divórcio e recuperação das drogas. Com uma carreira de mais de 17 anos, que viu sua música aparecer em filmes e programas de TV em todo o mundo e acumular milhões de streams online, Adam, teve que voltar à estaca zero, superando inúmeros desafios e contratempos. E conta com a colaboração do vocalista Jack Tyson Charles, e com o veterano produtor e multi-instrumentista Danny Kane.
A dupla afinou a música de Jack para trazer realismo a uma mistura nova e única de sons vintage. O gigante Jalen Ngonda segue a onda vintage com seus vocais únicos. Ele é um dos artistas mais cativantes da cena musical atual. Seu álbum de estreia Come Around and Love Me foi lançado em setembro de 2023, seus arranjos pesados e letras introspectivas com sofisticação da Motown, deixam o ouvinte em uma feliz admiração – culminando em possivelmente um dos melhores álbuns de soul da década. Este novo single tem arranjos sofisticados e a maturidade de Jalen.
E pra fechar, claro, Funk do bom com Commodores, Sun e Con Funk Shun. O destaque fica para Sun e o líder Byron Bird que apresenta pela primeira vez, Lester e Roger Troutman em 1976 e sua talkbox. Roger ainda não havia convencido a indústria, que aquela ideia, seria sucesso: “O que eu lembro é de Byron me contando e a Lester como ele queria que a faixa fosse. Hoje em dia, a talkbox é algo que as pessoas conhecem e me chamam para colocar em uma música. Mas vinte anos atrás, você pode imaginar o quão ridículo eu parecia carregando aquela coisa por aí tentando defendê-la para um disco. Quando eu estava tentando fazer discos com ela pela primeira vez, as pessoas diziam: ‘Não consigo entender uma palavra do que você está dizendo. Parece que você tem algo na boca! Isso não é agradável!’ Assim que eu configurei e dei a eles uma ideia razoável de como soaria, eles disseram: ‘Ei, vamos gravar isso!’ Sou grato a Byron , que sempre foi muito, muito legal. Ele tinha uma grande variedade de músicos e bateristas para escolher em Dayton naquela época, e ele nos escolheu.”
Como não eram membros oficiais do SUN, a contribuição de Roger e Lester foi vagamente creditada como “assistência rítmica”. Mas com “More Bounce To The Ounce” de Zapp, quatro anos depois, em 1980, Roger Troutman passou de desconhecido a indispensável!
Ouça e sinta esse momento único da música! Assista a um dos grandes destaques desta edição – Jalen Ngonda em ‘Illusions’ com a Orquestra da BBC de Londres.
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