¡Bang Bang Watergun!

Chico Aleixo Destaca ¡Bang Bang Watergun!. A Reinvenção Do Indie Europeu

Nosso pesquisador musical Chico Aleixo, não se acomoda num assento de avião imaginário toda semana, para aterrissar em um ou dois países. Seu passaporte de cidadão do mundo extrapola todas as fronteiras, e vai buscar sempre novas sonoridades, vozes e boas ideias musicais pelo mundo. E agora, pousando na Noruega, ele comprova que se há algo que a nova geração musical de lá tem feito com maestria é dissolver fronteiras – e ninguém tem feito isso com mais charme, atrevimento e coesão que o quinteto ¡Bang Bang Watergun!. O nome pode soar como uma brincadeira de jovens estudantes, mas a música é coisa séria: grooves bem sacados, sintetizadores densos, guitarras com tempero funk, e uma coesão instrumental que transforma improviso em identidade.

A história da banda nasceu do improviso – literalmente. Foi em uma prova de meio de ano, em 2018, que o baixista Erlend Tredal juntou seus colegas para uma apresentação escolar que acabou virando uma história de amor à música. Desde então, Erlend, Ragnhild Og (voz e melodia pura), Ask Vatn Strøm (guitarra), David Paulsen (teclados) e Sigmund Vestrheim (bateria) têm criado um universo sonoro tão rico quanto autêntico, brincando com a tensão entre o planejado e o espontâneo.

¡Bang Bang Watergun!

Depois do disco de estreia, Colors (2022), que já apontava para uma estética musical audaciosa e multicolorida, o grupo se recolheu numa cabana afastada de Oslo e gravou Nostalgia / Again It’s On – um álbum que soa como um diário de sons e sensações. Um disco de treze faixas onde a improvisação reina, mas sem perder o fio condutor. O som do álbum é quase cinematográfico, mas ainda assim íntimo, com intervalos instrumentais pesados, mas coesos com a ideia do grupo. Como bem pontua Erlend, “é o que transforma uma lista de faixas em um universo”.

A gênese das músicas, como contou a banda, revela a espontaneidade do processo criativo. Ao contrário do álbum anterior, onde as músicas vinham prontas para o estúdio, Nostalgia nasceu das jam sessions, madrugadas na cabana, ideias trocadas como passes num jogo coletivo. O resultado? Um disco que pulsa a energia de quem dorme e acorda com instrumentos nas mãos – e talvez até com os sonhos atravessados por sintetizadores.

As composições partem de riffs — um baixo, um teclado, uma levada de bateria — e evoluem organicamente, com cada integrante contribuindo com suas influências díspares: do rock psicodélico do guitarrista Ask à melancolia pop de Lana Del Rey que inspira Ragnhild. Esse ecletismo não se dilui; ele se funde. A música não se esparrama, ela se molda.

Se há algo que Nostalgia / Again It’s On deixa claro é que ¡Bang Bang Watergun! não é uma banda que se contenta com o comodismo. É uma banda que cria porque precisa, porque vive isso. E quando subirem ao palco, vai ser pra extravasar toda essa energia acumulada.

Como um brinquedo que dispara água, mas com pressão de mangueira de bombeiro, ¡Bang Bang Watergun! é uma explosão de sons, gêneros e afetos – uma daquelas bandas que não se escuta apenas, mas se vive.

Do primeiro álbum, Colors, de ¡BangBang Watergun! – ‘Two For Two’ (Livingroom Sessions)

Ouça o Jazzmasters aqui.

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