Mais uma edição do Jazzmasters, sempre costurando épocas, estilos e sotaques com a mesma vibe: groove, alma e sofisticação. O set desta semana começa em modo pista, flerta com o acid jazz e o R&B dos 90, mergulha no neo-soul de alta patente e encerra no ponto perfeito entre nostalgia e as pistas atuais.

As três primeiras faixas são uma entrada de gala: Julian Jonah, veterano das pistas, e Robbie Love recriam o boogie/disco com metais afiados; The Breakbeat Junkie dá aquela quebrada na batida com breaks musculosos e baixo, perfeito para DJs e street dance; e um remix elegante de ‘Hang On To Your Love’ coloca Sade no mesmo clima quente e sedutor de 1984, mas com um tempero atualizado que mantém a gente matando saudade com toques modernos.

Na sequência, o programa mergulha nos anos 90 britânicos: Carleen Anderson com Mama Said traz seu soul de raiz gospel embalado por cordas e arranjos orgânicos; os Young Disciples aparecem com o hino acid jazz ‘Apparently Nothin’’, onde Carleen é puro magnetismo vocal; e o Loose Ends fecha o bloco com R&B elegante, samples bem escolhidos e aquela produção de estúdio que soa tanto clássica quanto urbana.

Do meio para o fim, vem o bloco mais luminoso, onde o destaque absoluto é WalkOnBy, do NxWorries — Anderson .Paak e Knxwledge em estado de graça, acompanhados pelo som contemplativo de Earl Sweatshirt e a energia solar de Rae Khalil. É soul moderno com narrativa viva, rimas precisas e groove elegante. Ao redor dele, duas pérolas: Maysa com Bluey em Good Morning Sunrise, um soul suave e delicioso; e Sabina Damry com Shine, que parece mesmo um encontro entre Erykah Badu e Kaytranada — espiritual, sensual e contemporâneo.

O encerramento é um passeio entre novas vozes e velhas paixões: Empire Between em Cup Half Full, “fresco como vinho branco na beira do rio”, como o quarteto mesmo define; Charlie Bereal com Come Go With Me, que veste o soul clássico com cortes modernos; e Max Sedgley com Tasita D’Mour, remixados por Smoove, num funk cheio de peso e sorriso nos lábios, daqueles que não deixam ninguém parado.
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Lançado no início de 25, ‘Come Go With Me’ de Charlie Bereal é um convite vibrante para mergulhar na energia envolvente do Retro Soul, combinando ritmo e melodia com precisão. Multi-instrumentista premiado e produtor de Pasadena, Bereal imprime autenticidade e frescor na faixa seguindo a tradição do soul clássico. O single foi extraído do álbum Walk With the Father.
‘Come Go With Me’ é simplesmente indispensável. Confira o vídeo: