George Benson Entrega História E Groove No Remix de Rusty Tra-Bone

O Jazzmasters desta semana é uma viagem cósmica: começa com funk futurista, sintetizadores e vozes que aterrissam no soul contemporâneo com uma joia vocal absolutamente arrebatadora, e desliza por grooves modernos, edits setentistas e pérolas perdidas do R&B que brilham muito. Um programa que conecta universos, épocas e tecnologias com naturalidade, sem perder o sentimento.

Foto: Sharlene Hector

Sai Galaxy feat. Nynno, com seu funk espacial e energia de Acid Jazz, abre o programa como um foguete elegante, cheio de metais afro-ocidentais, baixo pulsante e a voz profunda de Nynno guiando tudo como uma sacerdotisa. MUNYA e Kainalu entram logo depois com “Until the Morning”: psicodelia havaiana, synth-folk canadense, pop cósmico e um sorriso permanente no ar. E After ‘Ours chega com Sharlene Hector e Kevin Mark Trail trazendo sofisticação soul-jazz da Nova Zelândia ao Reino Unido, uma mistura brilhante e cheia de classe em vinil novo. Três faixas diferentes, mas costuradas pelo mesmo espírito de leveza e criatividade.

Foto: Charlene Nelson Scott

Encerrando nosso primeiro set, o programa entra em sua zona mais emocional — e aqui o destaque absoluto é Charlene Nelson Scott, em “(I Love You) All Over Again”. O riff de guitarra à la George Benson já avisa de cara que vem coisa séria: classe, sofisticação e um soul que respira como um standard moderno. Charlene é uma força da natureza — três oitavas, agilidade vocal, profundidade emocional e uma escrita que parece vinda do coração de Washington para o mundo. É a faixa que suspende o tempo, que muda a iluminação do estúdio, que dá vontade de ouvir de olhos fechados. Depois dela, DJ Amor brinca com “Don’t Stop ’til You Get Enough” numa releitura híbrida, humana e tecnologica, mas com identidade própria; e Walterino traz seu house italiano elegante, dançante e atemporal — groove de pista, alma negra e um toque único nos sintetizadores. É um bloco que combina brilho técnico, sentimento e uma pitada deliciosa de nostalgia futurista.

Foto: Elliot Eriksen (Re:um)

Entre as músicas 07 e 09 no terceiro set, o Jazzmasters mergulha num soul mais orgânico e pé no chão. Re:um mistura orquestras virtuais, trip-hop futurista e funk minimalista, criando um clima de sonho acordado; Alicia Myers aparece com força setentista em “Don’t Stop What You’re Doin’”, mostrando por que é uma sobrevivente do R&B e um símbolo de resiliência; e Band of Pockets entrega aquele soul moderno com vibe de banda de estúdio, tudo “in the pocket”, tudo encaixado, tudo suave e com cheiro de groove ao vivo. É um trecho do programa que respira música real, músicos reais, história e suor.

Foto: George Benson

O último bloco é puro ouro vintage lapidado para 2025. Delegation chega com um remix futurista de “Heartache No 9”, mantendo o DNA brit-soul intacto enquanto olha para o nu-disco. George Benson surge clássico e irresistível em “Never Give Up on a Good Thing”, aqui reeditado com respeito e brilho adicional — é impossível não mexer a cabeça. E Father’s Children fecha com “Hollywood Dreaming”, uma peça rara da soul music setentista americana que, editada por Save The Robots, parece ganhar vida nova e finalmente encontrar o estrelato que buscava desde 1979. Um encerramento que é retrospectiva, homenagem e celebração ao mesmo tempo.

No fim, este Jazzmasters funciona como um alinhamento de planetas: soul, funk, disco, edits e raridades orbitando em perfeita harmonia. Um programa para viajar, dançar, sonhar — e, como Charlene Nelson Scott nos lembra brilhantemente, amar tudo de novo.

Ainda não ouviu?? Ouça o Jazzmasters aqui.

“Never Give Up on a Good Thing” de George Benson foi lançada como single em dezembro de 1981 e composta por Michael Garvin e Tom Shapiro. Antigo prodígio , Benson ganhou destaque na década de 1960, tocando soul jazz com Jack McDuff e outros. Em seguida, lançou uma bem-sucedida carreira solo, alternando entre jazz, pop, R&B e scat singing.

Confira o vídeo da música que separamos ao vivo na Irlanda em 2000, com a participação especial de uma lenda – Joe Sample (1939–2014) nos teclados:

Search

Últimas postagens

George Benson Entrega História E Groove No Remix de Rusty Tra-Bone

O Alquimista Dave Lee Apresenta Seu Tributo Moderno À Alma Vibrante de Chicago

Blue Maunick Recria Clássico De Bobby Caldwell Com Sua Citrus Sun

Diretamente De NY, Jillian Hervey E Astro Raw Brilham Em ‘Flowers’

Autodidata, Martin Luke Brown Valoriza Relacionamentos E Boas Vibrações

Primeiro Álbum Completo De Jordan Lee Mostra Sua Luta Por Amor e Aceitação

Compartilhe