Durand Jones

Retrô Suave E Elegante: Durand Jones Recria A Aura Motown

Um Jazzmasters vitaminado chega aos ouvintes de todo o Brasil e muitos ouvintes no exterior. E é sempre um prazer abrirmos com o soul iluminado da jovem senhora inglesa do groove. Joss Stone reveste Sugar Billy com pele nova, mas sem tirar aquele pó do vinil original. A sequência encontra The Excitements. É o soul catalão com guitarra nervosa, vocal incendiário e ares de protesto setentista. Fiquei imaginando Betty Wright passando uma temporada em Barcelona com Curtis Mayfield e compondo muito. E depois temos The Humidors. Uma aula prática de groove californiano. Oito músicos, um groove só. E Tori Roze canta como quem já passou por tudo na vida, o suficiente pra saber a diferença entre a dor e o sucesso.

Foto: Tanika Charles

Temos ainda, o coração da edição. Durand Jones volta às raízes com uma maturidade que não cabe mais nos porões de Bloomington. “Been So Long” é o reencontro da banda com sua essência: orgânica, imperfeita, emocional. Funk e soul com alma, suor e verdade. Mais que música, é terapia coletiva em forma de faixa. E os vocais de Aaron Frazer com Durand, o que dizer? Só ouvir e assistir ao vídeo no final da matéria. Partimos para ouvir Tanika Charles, um Soul canadense com pegada gospel-funk e timbre que passeia entre Lauryn Hill e Macy Gray, mas com identidade própria. E quem finaliza o primeiro set é Band of Pockets feat. Johan Nilsson & Yona Marie, um coletivo global, pocket e preciso. Funk limpo, groove minimalista e o charme retrô das melhores faixas que a Z Records adoraria assinar.

Foto: N´Dea Davemport e Brand New Heavies

O segundo set desse Jazzmasters vem com Liquid Spirits. Soul holandês com muito jazz na cabeça. Experimental e emocional. E de Amsterdam, voamos para o Reino Unido para encontrarmos The Brand New Heavies com a N’Dea Davenport. Cá entre nós, um clássico do acid jazz noventista. E temos ainda a nova geração com elegância. Balada introspectiva, voz deliciosa, aveludada e arranjo que serve tanto para meditar quanto para se apaixonar, é a linda Brooklin Kohl se apresentando.

Foto: Blasé

E para iniciarmos nosso procedimento de pouso para terminar o programa, o clima e o nome dizem tudo – Blasé – entrega uma faixa cosmopolita e dançante, cruzando disco francês com groove nova-iorquino. Música para um daqueles rooftops que a Renata Porto apresenta na nossa coluna Jazz & Trip, com taça na mão e vista da cidade. E as altas vibrações chegam num jazz para a pista com Theo Croker e Malaya & D’LEAU. Trompete com beats eletrônicos. Croker é o Miles da nova era? Longe, mas com os ensinamentos na alma. E para irmos embora, escolhemos aquele tipo de música que nos abraça, faz o mundo virar mais devagar e finalmente, nos deixa melhores do que quando começamos essa edição do Jazzmasters. Mágica da música boa e com propósito. Girls of the Internet e James Alexander Bright. Um encerramento digno de um programa que trouxe uma constelação de talentos novos e veteranos com groove na veia e enorme talento.

Ainda não ouviu?? Ouça o Jazzmasters aqui.

Os fãs da Motown não tem do que reclamar. Durand Jones e sua banda Indications prometem e entregam tudo. Confira nossa destaque desta edição. Confira:

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